Paredes que me rejeitam

Há um teto, mas não há abrigo. Paredes que ecoam o som do desprezo, olhares que me atravessam como lâminas invisíveis. Sou hóspede do vazio, intrusa na própria história, fantasma de carne e osso andando entre escombros afetivos. O mundo pesa… Contas, vozes, julgamentos, cicatrizes abertas, feridas que ninguém vê, mas que me devoram inteira. Às vezes me perco de mim, como se eu fosse estrela distante, brilhando onde não alcanço. Há dias em que fujo, nos labirintos da mente, imaginando outro lugar, ou imaginando… nenhum lugar. Não pertenço. Nem aqui, nem lá, nem em mim. E assim sigo, carregando sombras e acendendo, na escuridão, uma vela teimosa chamada esperança .