Sussuros da solidão


Eu caminho na sombra do desprezo,
onde os ecos dos risos não me pertencem.
Sou folha caída em chão árido,
esperando o vento que nunca vem.

Carrego nos olhos o peso da rejeição,
um vazio que grita, mas ninguém ouve.
Quero ser amada, tocar um coração,
mas os muros são altos, e minhas mãos, tão fracas.

Será que um dia a maré vai mudar,
e o sol me abraçará com ternura?
Ou estou condenada a este abismo,
onde o amor é apenas uma quimera?

Humilhações sussurram, cortam fundo,
como espinhos que nunca se quebram.
Valerá a pena seguir em frente,
se o amanhã carrega o mesmo peso do ontem?

Ainda assim, há uma faísca escondida,
uma esperança teimosa que insiste em brilhar.
Talvez, além da escuridão que me cerca,
exista um lugar onde eu possa respirar.

E se não houver, que eu invente,
um refúgio onde a dor não me enfrente.
Pois, mesmo na incerteza, sou chama,
e quem sabe um dia, eu serei a que ama.


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