Ilusão de mim
No espelho, um sorriso pintado,
uma máscara que o tempo esculpiu.
Por dentro, um vazio, um grito abafado,
um eco do que um dia já existiu.
Os dias passam em cinza desbotado,
uma peça onde só eu sou atriz.
A plateia vê um espetáculo ensaiado,
mas o coração sangra, infeliz.
Carrego o peso de olhares que julgam,
de abraços que nunca me alcançam.
Sou estrangeira no mundo que ocultam,
uma sombra que ninguém enlaça.
E até quando, pergunto em silêncio,
suportarei essa farsa impiedosa?
Cada passo é um fardo imenso,
cada sorriso, uma pétala venenosa.
Se o mundo me rejeita, quem sou eu?
Um fantasma, um rascunho, um borrão.
Mas na noite escura, o céu se rompeu,
e me vi sozinha com minha solidão.
Talvez, um dia, esse véu se dissolva,
e o que escondo encontre redenção.
Mas por agora, minha alma se afoga,
na dor de ser apenas uma ilusão.
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