Asas da liberdade
Sou uma ave ferida Acostumei-me a voar alto, a sentir o vento como aliado, a liberdade como destino. Aprendi a ser forte, sozinha, sem chão, sem limites. Mas agora sou nada. Sinto-me fraca, um eco vazio do que fui. Tenho asas, mas elas não respondem. O céu, que antes me chamava, agora me rejeita. Fiquei ali, imóvel, olhando para a imensidão. A vida que conheci nunca mais seria minha. Então, no abismo do desespero, uma faísca de loucura nasceu. Era uma ideia absurda, dolorosa, mas pulsante. Eu precisava tentar. Bati minhas asas, uma, duas, mil vezes, rasgando o ar com o pouco que restava. A dor era insuportável, meu corpo sangrava, mas meu coração insistia. E, de repente, aconteceu. Como um milagre, eu voei. Alto, mais alto, além do que eu imaginava. A liberdade voltou a ser minha. O mundo abaixo era pequeno, a dor, distante. Mas o voo exigiu mais do que eu podia dar. Minhas asas fraquejaram. O céu começou a desvanecer. Caí suavemente, sem medo, sem arrependimentos. Em meu último suspir...